Por Luiza Monticelli, estudante de Ciências Sociais na PUC-SP e militante do Coletivo Graúna.
A Arte Drag existe desde a época da Grécia Antiga. Nos séculos passados, a mulher era proibida de fazer e participar de muitas coisas do cotidiano e, em razão disso, para a interpretação de papéis femininos em peças teatrais, os homens começaram a se vestir de mulher para substituir essa ausência. Então, essa arte surgiu nos palcos teatrais e foi se moldando com o passar do tempo: é uma maneira de se expressar cultural e politicamente.
O termo “Drag Queen/King” ganhou popularidade no século XX, principalmente dentro da comunidade LGBTQIAPN+. Os bares gays dos anos 1950, tornaram-se um lugar de refúgio para os artistas drags performarem e se expressarem com segurança. Um marco importante foi a Rebelião de Stonewall (1969), em que a luta pelos direitos da comunidade consolidou-se. Nesse evento muitas drag queens estavam na linha de frente e foi a partir desse momento que a arte drag se juntou ao ativismo e à luta por igualdade.
A extravagância e exagero sempre fez parte da performática drag, com maquiagens exuberantes, perucas chamativas, roupas excêntricas e saltos altos. As pessoas que se vestem de drag queens sempre foram julgadas e marginalizadas, tanto que essa arte foi atrelada a um conceito pejorativo sobre o que se sabe de cultura.
Diferente do que muitas pessoas pensam, a arte drag queen não está relacionada a gênero ou orientação sexual, qualquer um pode ser uma drag queen ou um drag king. É uma expressão artística que se baseia na performance de gênero, é uma liberdade de expressão que foge das normas padrões da sociedade. Rita Von Hunty, personagem criada pelo Guilherme Pereira, esclarece o conceito de ser drag queen: “não é uma identidade, é uma ocupação, uma ocupação majoritariamente artística onde se tem uma elaboração de uma personagem performática, mas que também traz consigo um reflexo político”.
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